Agronegócio

Touceira de Dendrocalamus asper

O bambu é uma planta que tem crescimento muito rápido, chegando a crescer 1,00 metro por dia em algumas espécies. Seu crescimento é constante, gerando aumento de biomassa anualmente, tanto nos colmos já estabelecidos como nos novos colmos que são originados todo ano do rizoma subterrâneo. Algumas espécies de bambu trocam de folhas anualmente, gerando uma grande quantidade de matéria orgânica que retorna para o solo. O sistema de rizoma e raizes dos bambus auxilia na contenção de erosões criando um “rede” ou malha subterrânea que estrutura o solo evitando que a água quando escoe carregue o solo solto junto com ela.

Diferente de outras plantas o corte ou colheita do bambu, se feito de forma correta, não prejudica a touceira ou mata. Como o bambu brota anualmente, com o passar dos anos a touceira começa a ficar muito cheia, dificultando a passagem de vento, incidência solar e nascimento de novos brotos. O bambuzal apesar de ter uma vida longa, até 100 anos, gera colmos que tem uma vida mais curta em torno de 10 anos. Cada colmo atinge a altura máxima em menos de 1 ano e resitência máxima em torno de 6 anos. Depois do sexto ano o bambu começa a perder suas propriedades quanto as resistências fisico mecânicas. Por este motivo é fácil perceber que a manutenção de um bambuzal, com colheitas anuais das varas com idade entre 4 e 8 anos (em proporção correta) é benéfica tanto para o bambuzal quanto para o produtor rural.

Apesar das mudas de bambus custarem um valor maior do que outras culturas sua propagação é muito simples. O problema é que os custos para estabilizar os propágulos, assegurando uma boa probabilidade de pega quando plantados, demanda um alto custo de investimento (insumos, tempo e mão de obra). Porém comparando uma cultura de plantio de bambu com outros plantios é possível verificar que: o bambu não necessita replantio e sua produção é crescente ano após ano; a manutenção dos bambuzais gera subprodutos que podem ser revertidos em renda para o produtor; a colheita é mais simples e não necessita de máquinas de grande porte, aumentando a geração de emprego no campo e aumentando a renda dos funcionários, o transporte e estocagem do material é mais simples pois os colmos são mais leves que toras de madeira e podem facilmente ser transportados manualmente ou com máquinas menos potentes, e possibilita um melhor aproveitamento dos espaços cobertos (podendo ser empilhados em gaveteiros); o mercado para esse tipo de material é crescente e a nova demanda por material para a produção de madeira de bambu tende a aumentar ainda mais a demanda nacional.

Existem poucos plantios comerciais de bambu, muitas das touceiras e matas encontram-se em pequenas propriedades rurais e uma produção em grande escala de colmos fica inviável pela grande distância entre os focos de plantio, dificultando e encarecendo o processo de corte, transporte e estocagem do material. Por este motivo os valores para venda do bambu ainda não é tão baixo como pode vir a ser.

O governo federal vem desenvolvendo políticas públicas de incentivo e regulamentação do bambu no Brasil, como é o caso da recente LEI Nº 12.484, DE 8 DE SETEMBRO DE 2011, que dispõe sobre a Política Nacional de Incentivo ao Manejo Sustentado e ao Cultivo do bambu. Em relação a outros países, o Brasil esta apenas começando a entender como produzir e aproveitar o bambu como material de produção em pequena e grande escala. O Brasil possui uma das maiores reservas nativas de bambu do mundo, contudo o acesso a essa região e a dificuldade de extração dos bambus torna o aproveitamento deste recurso inviável. A reserva localiza-se no Acre em regiões de vegetação muito densa e difícil acesso com máquinas e ferramentas.

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